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terça-feira, 14 de junho de 2011

Eu sou você amanhã?

Lembro-me dos minutos de tarde que gastei, ou melhor, que aproveitei conversando com José Márcio Franciscato, presidente da Associação dos Feirantes da Feira do Produtor. Entre os inúmeros assuntos pelos quais comentamos, foi impossível não passar pela questão do futuro da profissão de feirante. Márcio, aliás, afirmou que essa é uma preocupação dele. A profissão de feirante é rentável o bastante para os pais terem condições de pagar uma faculdade para os filhos estudarem. A maioria dos jovens pensa em seguir uma carreira acadêmica, e se distanciam do campo.

A preocupação do “presidente” pode ser facilmente comprovada com uma rápida amostragem entre os “súditos”. Algumas semanas depois, visito diversas barracas na feira, tirando fotos e procurando alguma boa história que possa ter me escapulido. Conversando cá e lá com alguns feirantes, em especial com os mais jovens, vejo que a maioria está lá ajudando os pais no trabalho, mas que não pretende, de fato, seguir no campo a vida toda.
Quando voltamos à barraca de Márcio, desta vez ele não estava acompanhado da mulher. Era o filho que ajudava o pai no atendimento aos clientes. Alguns segundinhos de observação foram suficientes para notar que, se o garoto pretende seguir carreira no ramo, experiência na profissão ele tem. Atendeu aos clientes com agilidade e eficiência, sem titubear.

Enquanto Márcio vai resolver outros assuntos fora da barraca, aproveito para conversar rapidamente com o filho. Ele me conta que não tem vontade de seguir os passos do pai e virar feirante, embora leve jeito para a coisa. O pai logo volta, acompanhado de um amigo, que o filho toma a iniciativa de cumprimentar. Conversa por um instante com o homem, e logo deixa-o seguir conversando com o pai para dentro da barraca.

Quanto ao filho, se vai ser feirante ou não, de fato, não sei. Caso siga os passos do pai, já tem pinta de que seria uma opção para ocupar a presidência da associação.

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