Pages

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Jovem Talento

Na primeira vez que visitei a barraca de José Márcio Franciscato, presidente da Associação de Feirantes da Feira do Produtor Rural de Maringá, ele não falou comigo no ato. Meu relógio marcava 17h30 e a barraca do presidente estava lotada de clientes. Quando voltei, cerca de meia hora depois, ele estava carregando algumas caixas, e pediu que eu esperasse. Enquanto isso, aproveitei para conversar com outras pessoas na barraca.

Conversei um pouco com a mulher de Márcio, apresentando um pouco do trabalho a ser realizado na revista. No entanto, meu olhar se fixou na única criança da barraca, a única criança trabalhando naquela tarde de feira. Quando me aproximei para conversarmos, aquele garoto me pareceu familiar, embora não soubesse o motivo.

Ele me contou que os avós eram feirantes – e donos da barraca vizinha – e estava lá para dar uma força. O garoto demonstra timidez quando conversamos, responde minhas perguntas demonstrando um ligeiro incômodo, como se estivesse usando uma roupa demasiada apertada. Mas apenas quando pergunto o nome dele é que minha memória fotográfica é acionada.

Douglas Naoki Takano é um nome pouco conhecido da maioria da população brasileira. Mesmo em Maringá, desconfio que não seja reconhecido por praticamente ninguém. O que ele tem de tão diferente dos demais garotos? Nada, a não ser as inúmeras presenças nas seleções brasileiras de menores, de beisebol.

Lembro-me de ter assistido a um torneio infantil há alguns anos. O jogador mais chamativo do torneio, sem dúvida, era William Takahashi, do Nippon Blue Jays, de Arujá-SP, uma das equipes mais respeitadas do beisebol nacional em inúmeras categorias. Basta ver que a seleção brasileira sempre tem não um, mas vários jogadores ou ex-jogadores do Blue Jays.

Quando Maringá enfrentou o Blue Jays, lembro-me de dois jogadores “selecionáveis” da equipe local: Igor Kimura, na época atuando na 3ª base, e o arremessador Douglas Naoki Takano. Na ocasião, o time acabou perdendo o título para os paulistas, mas ambos foram convocados para seletivas de treino e para seleções infantis muitas vezes depois.

No último dia 4 de abril, a Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol divulgou uma convocação para uma seletiva da seleção, o nome de Douglas continua a aparecer na lista.
A categoria infantil é para jogadores de até 12 anos. Muitas crianças nessa idade não sabem o que pretendem seguir como carreira, como profissão. Quando perguntei ao Douglas, ele não soube me responder. Mesmo assim, imagino que tenha passado pela cabeça dele – e com certeza pela minha também – que uma carreira no esporte, quem sabe, poderia ser divertido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário