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segunda-feira, 13 de junho de 2011

O “segredo” por trás do diferencial

Em uma postagem anterior, disse que o fator que teria me influenciado a escolher uma barraca de pastel em detrimento de outra foi um diferencial curioso: uma barraca de pastel com site na internet. Pesquisando um pouco mais a respeito, descobri uma curiosidade a respeito da barraca que, pelo menos para mim, acabou sendo decisiva.

O proprietário do “Pastel do Tom”, João Hirosi Nakamura, trabalha no ramo desde o fim da década de 1970. Experiência é o que não falta para ele no ramo dos pastéis. No entanto, o site, especificamente, surgiu há aproximadamente 2 anos, pela iniciativa de Elton Nakamura, filho de João e webdesigner. Como a barraca do “Pastel do Tom” transita entre uma feira e outra durante a semana, Elton achou que seria interessante se os clientes pudessem ter um lugar para consultar e descobrir o horário e o local onde a barraca poderia estar.

Mesmo o site do Roberto's Pastel, uma verdadeira “empresa dos pastéis”, não é tão bem formulada quanto a do Pastel do Tom. Nada como ter um filho no ramo.

Teoria das vantagens competitivas

A estratégia utilizada pela família Nakamura está presente em todos os ramos, dentro ou fora do mundo corporativo. No livro de Geoff Colven, “Desafiando o Talento”, o autor apresenta exemplos de “vantagens competitivas” que ajudaram pessoas a desenvolver um diferencial em relação aos demais.

Por exemplo? Pelé. Todos conhecem a história da personalidade mais famosa do esporte mundial. O pai de Pelé, Dondinho, era um ex-jogador de futebol que teve a carreira abreviada por uma lesão. Desde muito pequeno, o objetivo de Pelé era conquistar a glória negada ao pai. Sempre foi um modelo de atleta, regrado, disciplinado e compenetrado durante os treinos e jogos. Resultado: tornou-se um jogador de futebol inigualável, simplesmente o maior de todos os tempos.

Não é apenas ele. No livro “Training a Tiger: A Father's Guide to Raising a Winner in Both Golf and Life (Treinando um Tigre: Um guia paterno para criar um vencedor no golfe e na vida) escrito por Earl Woods, pai de Tiger Woods, o maior golfista do mundo, o autor conta sobre como envolveu o filho com o golfe. O pequeno Tiger foi preparado, desde cedo, para se tornar o campeão que de fato foi quando adulto.

Um cientista “maluco” tinha uma teoria interessante sobre vantagens competitivas, e sobre como o talento muitas vezes é o reflexo de treino e preparo. Na pesquisa, ele propunha dar todos os recursos necessários e incentivar a prática do xadrez, para que seus filhos aprendessem desde pequenos e se tornassem jogadores inigualáveis. Uma pesquisadora achou a ideia interessante, eles se casaram, e tiveram três filhas: Susan, Sofia e Judith Polgar são as três enxadristas femininas mais fortes do mundo. Judith, aliás, tem o título de Grande Mestre em Xadrez pela FIDE (Federação Internacional de Xadrez), mesmo entre os homens, e já fez frente a muitos nomes do xadrez mundial, como o lendário campeão Garry Kasparov.

São casos raros? Exceções? Crianças que nascem em áreas de fronteira com países de idiomas diferentes normalmente acabam ganhando fluência nos dois idiomas e, aparentemente sem esforço algum, tornam-se bilíngues.

As vantagens competitivas podem ser talentos extraordinários, mas também podem acabar surgindo de exemplos simples. A pessoa pode ter um pai no ramo, ou simplesmente um filho que entenda de computadores. O que vale é buscar esse diferencial.

No entanto, posso considerar que todos na feira já têm, em maior ou menor grau, um importante diferencial competitivo a ser descoberto. Afinal de contas, por que um consumidor iria deixar de comprar em cômodos supermercados que parcelam em 12 vezes sem juros e entregam em domicílio, para comprar frutas na feira e voltar carregando uma melancia apoiada na cabeça?

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