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sábado, 4 de junho de 2011

Por que feirante?


Profissão. Quando o tema da revista “Eu tenho” de 2011 foi definido, os alunos imediatamente começaram a escolher quais profissões iriam abordar nas reportagens. Alguns escolheram profissões com as quais se identificavam, outros optaram por profissões alternativas, algumas exigiam mais preparo físico e outras mais equilíbrio emocional. Nenhuma profissão era trabalhosa, penosa, mal remunerada ou difícil o bastante.

Pessoalmente, escolhi uma profissão que, se não está no topo de minhas predileções (onde, obviamente, encontra-se o jornalismo), é uma profissão que me intriga – e me encanta – desde criança. Em especial a Feira do Produtor Rural de Maringá.

Para quem passa pelo estacionamento do Estádio Willie Davies nas quartas-feiras à tarde e nos sábados pela manhã, a feira é um espetáculo irresistível. Lembro-me com certo saudosismo de meu avô, que vez ou outra me levava para ver aquele emaranhado de barraquinhas cobertas por uma lona, comprar legumes e verduras fresquinhos, direto do campo.

Eu, criança hiperativa e inocente que era, fazia cara feia para uma salada de tomates, mas não recusava uma visita à feira. A duas barracas em especial: pamonhas e pastéis. Ainda hoje, 20 anos depois, ainda não resisto a elas. De fato, é difícil encontrar alguém que resista. Hoje temos opções diversificadas na própria feira: tapioca, espetinhos diversos, sucos naturais, café moído na hora... Um verdadeiro espetáculo de cores, sabores, odores. O meu carnaval gastronômico. É assim ainda hoje.

Em meus vinte e tantos invernos, visitei a feira vezes sem conta como cliente. Sempre gostei do que vi. E desta vez, precisava de uma profissão para ser meu objeto de estudo – e reportagem – por alguns meses. Por que não capitalizar?!

Enfim, tive a oportunidade de conhecer um lado da feira que, para mim, até então era relativamente desconhecido: o feirante. Em cada feirante, um ser humano. Em cada ser, uma história. Em cada história, uma paixão. E enquanto me lembro, aos poucos, de cada uma delas, imagino que muitos feirantes estarão acordando quando eu estarei indo me deitar. Enquanto a luz acesa é visível da janela do meu quarto enquanto escrevo este texto, imagino se a cozinha de Kimie Kataoka ainda está tão iluminada como aqui, enquanto ela prepara sushis. Márcio Franciscatto já deve estar com caixas de tomate cheias, pronto para superar a distância de Mandaguaçu e Maringá e chegar à feira do produtor, dentro de poucas horas. Como no poema de João Cabral de Melo Neto, “um galo sozinho não tece uma manhã”.

Na próxima atualização, vou apresentar um pouco mais da Feira do Produtor. Até lá!

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